O empréstimo CLT está passando por mudanças significativas no Brasil, com novas regras que visam facilitar o acesso ao crédito para trabalhadores do setor privado.
A Medida Provisória nº 1.292/2025 traz inovações que prometem transformar a forma como os empréstimos são concedidos, oferecendo alternativas mais seguras e acessíveis.
Principais características do novo modelo
O novo modelo de empréstimo CLT traz várias características que visam facilitar o acesso ao crédito para os trabalhadores. Uma das principais inovações é a integração com plataformas digitais, como o eSocial e a Carteira de Trabalho Digital. Essa integração permitirá que os trabalhadores acessem ofertas de crédito diretamente de diversas instituições financeiras, promovendo maior concorrência e transparência no mercado.
As parcelas dos empréstimos serão descontadas diretamente da folha de pagamento, com um limite de 35% do salário do trabalhador. Isso significa que o pagamento será mais prático e menos suscetível a atrasos, já que o desconto será automático. Além disso, até 10% do saldo do FGTS e a totalidade da multa rescisória poderão ser utilizados como garantias, o que pode ajudar a reduzir a inadimplência e oferecer mais segurança tanto para os trabalhadores quanto para as instituições financeiras.
Outra característica importante é a possibilidade de migração de empréstimos consignados já existentes para o novo modelo. Isso permitirá que os trabalhadores aproveitem as novas condições e taxas mais baixas, facilitando a quitação de dívidas. A portabilidade entre diferentes instituições financeiras começará em junho, permitindo que os trabalhadores escolham a melhor opção disponível no mercado.
Impactos e desafios no setor financeiro
O novo modelo de empréstimo CLT pode ter um impacto significativo no setor financeiro brasileiro. Com a regulamentação, espera-se um aumento na competição entre as instituições financeiras, o que deve beneficiar os trabalhadores ao oferecer condições mais vantajosas.
A eliminação da necessidade de acordos exclusivos entre bancos e empresas permitirá que mais trabalhadores tenham acesso ao crédito, ampliando as opções disponíveis no mercado. Além disso, a nova modalidade de crédito consignado pode substituir empréstimos pessoais, que geralmente têm taxas de juros mais altas e maior risco. Com isso, os trabalhadores poderão optar por uma alternativa mais segura e com juros reduzidos, facilitando a gestão de suas finanças pessoais.
No entanto, o novo sistema também enfrenta desafios. A alta rotatividade no mercado de trabalho pode dificultar a adesão ao modelo, uma vez que muitos trabalhadores podem não permanecer em um emprego formal por tempo suficiente para se beneficiarem das novas condições. Além disso, a implementação cuidadosa e estratégias bem definidas serão essenciais para garantir que o setor financeiro possa se adaptar a essas mudanças e proporcionar um acesso mais seguro e acessível ao crédito.
